Planejada para impressionar como a Capital do País, Brasília é Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1987
Brasília é uma cidade como nenhuma outra. Ali as grandes extensões de prédios e áreas verdes se conectam num elegante traçado. Cidade planejada para impressionar como a capital do país, é patrimônio cultural da humanidade desde 1987.
No meio do cerrado do Planalto Central, o cenário de arquitetura imponente abriga as decisões dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Brasília sofre de superexposição nos telejornais. Percorrê-la como visitante permite a visão horizontal dos monumentos nacionais (o Congresso, a Catedral, o Palácio da Alvorada) normalmente vistos recortados pelas câmeras.
Por conta do clima seco, com a umidade do ar caindo a níveis alarmantes de junho a setembro, o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer projetaram espelhos d'água do tamanho de lagos e mesmo um lago artificial, o Paranoá. Em Brasília, o céu real parece estar ao alcance da mão. Na luz do dia, as águas do solo e os vidros espelhados nas alturas dos prédios fazem a gentileza de multiplicar os azuis virtuais.
Nos anos 40, Niemeyer já havia abalado as estruturas da arquitetura modernista com o Complexo da Pampulha,
A Catedral Metropolitana, por exemplo. No mundo, os fiéis costumam subir degraus para ingressar num templo católico. Em Brasília, é preciso descer abaixo do nível do solo. O Supremo Tribunal Federal é um lugar de decisões peso-pesado. Pois no prédio de Niemeyer a leveza dá ordens nas fachadas, com pilastras duplamente arqueadas que parecem recusar o suporte do chão e ainda suspender o teto na ponta dos dedos.
A imagem de Juscelino Kubitschek paira sobre o cenário de sonho que, quase 50 anos após a inauguração, em abril de 1960, é futurista e retrô ao mesmo tempo. O nome do ex-presidente batiza o aeroporto, um hotel, uma bonita ponte do Lago Sul, coberta por estruturas brancas que lembram pernas cruzadas. Femininas, supostamente. JK também surge em estátua, diante de seu Memorial, num pedestal gigantesco com contornos de foice soviética, mais uma provocação do arquiteto comunista nascido em 1907.
Para espairecer de tanta arquitetura, a cidade oferece grandes áreas de lazer ao ar livre, como o Parque da Cidade, o Zoológico e o Parque Nacional de Brasília, este a
Como quase todas as metrópoles, Brasília ganha à noite belezas insuspeitadas na correria do horário comercial. No pôr-do-sol, nos meses da seca, o céu fica da cor do fogo. Nas redondezas da Praça dos Três Poderes, pontos de luz duplicados nos espelhos d'água realçam as linhas curvas e retas dos palácios e também as famosas esculturas diante deles.
A noite amplia os espaços de convivência, seja em banquetes oficiais ou nas dezenas de bares e restaurantes dos setores comerciais, alguns com música ao vivo, outros diante da paisagem privilegiada do Lago Paranoá. É quando os turistas têm a chance de interagir com uma parte de Brasília ausente dos telejornais, os moradores, chamados candangos, por terem nascido ou se estabelecido ali.
O Distrito Federal tem cerca de 2,4 milhões de habitantes, somando Brasília e as cidades-satélite. Entre os setores comercial, residencial e hoteleiro, circulam milhares de funcionários públicos, políticos e assessores de políticos, instalados provisória ou permanentemente. Com sotaques e figurinos que representam as cinco regiões do país, os habitantes são guardiões da memória viva de uma cidade única no mundo.
Brasília é um museu a céu aberto. É um convite aos amantes da arquitetura. Aos amantes das artes.
E no meio de tudo isso jaz uma CARIOCA. Louca e desvairada, encantada com toda essa beleza. Com muitas saudades de sua cidade natal, mas com um desejo forte de permanecer aqui por muito e muito tempo.
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