Fragmentos

By | 05:09 Leave a Comment

Sou uma apaixonada por música, e como todo apaixonado por música, não faço nada ou quase nada sem que esteja ouvindo algo que embale meus momentos. Se estou triste, ouço as que me levantam o ânimo, se estou feliz, as que me levam a exprimir do meu mais intimo aquilo que sinto, deixando transbordar em um canto alto, leve solto, com o fim de talvez, contagiar que o escuta. É realmente sou bem intensa!


Começo assim falando de mim, porque penso naquilo que era há uns anos atrás, e no que me tornei hoje. Vivi uma depressão interna, em toda minha infância e adolescência. Não era rebelde mais vivia uma tristeza interior que poucos viam. Por mais que sentisse depressiva, tentava não parecer, para que outros não sentissem o mesmo. Muito amada, por vezes excessivamente mimada. E ainda assim com muita vontade de viver, mas ao mesmo tempo, tão sem norte, que até mesmo eu não entendia o por que.


Hoje fui liberta disso. Depois sucessivos momentos de concreta tristeza, fui resgatada ao mundo com uma nova missão. O que era depressão interior, transformou-se em alegria e novos meios de ser feliz. Deixei para trás tudo aquilo que me deixava assim...triste...melancólica...E tudo que antes me atraia para essa tristeza profunda, hoje me faz pensar, e de certa forma lamentar.


Agora meus olhos estão atentos ao que acontece. Tudo mudou.


Voltando ao meu gostou por música, quando via a chamada da nova minissérie que iniciaria na TV Globo, fique muito tentada a acompanhar, e saber mais de uma cantora que eu admirava, mas que fui apresentada por amigos a esse ícone da música. Infelizmente, não tive a sorte de minha família me apresentar. E ao primeiro episódio só pude observar a peculiaridade dos detalhes reproduzidos. Era tudo muito lindo, isso não se pode negar. Daí por diante, minha atenção foi se voltando para outras questões. Aquela mulher, tão falada, estava sendo homenageada, por sua incontestável angústia, e falta de direção...

"... O que que eu estou procurando

No vago aflita olhando

De canto em canto buscando

O que De noite a lua assiste

Que eu fico ainda mais triste

E saio pra rua andando

Procurando mas o que

Talvez se um dia eu achasse

O mundo depressa tirasse

E eu não conseguisse nem ver

Mas o que

Que eu estou procurando

vago aflita olhando

De canto em canto buscando

O que? ..."

As entrevistas no site oficial da minissérie, dizem que ela era uma mulher forte. Tão forte ela era que por duas ou mais vezes tentou se matar. Sempre por amor. Mais o amor, é suicida? Bom, se for, não sei nada de amor.

Muitas pessoas se identificam com as mazelas que Maysa apresentou em toda sua trajetória. As pessoas dizem que queriam ser como ela foi. Pessoas sem norte. Um mundo doente. Lamentavelmente doente. Como confirmar isso tudo que eu disse, utilizando as palavras dos responsáveis da obra? "...Parece que Maysa e a solidão caminhavam sempre juntas. A cantora bem que tentava dar a volta por cima e seguir em frente. Mas, volta e meia, as coisas não funcionavam como a musa gostaria. Não tinha jeito, Maysa era mesmo um turbilhão de emoções e todos os sentimentos eram à flor da pele..."


Hoje há quem veja beleza no mórbido, triste, solitário. Há muito procura, por algo grandemente elaborado, quando o simples está ao alcance dos olhos de todos, que se disponibilizam a ver. Eu também já estive do outro lado e para mim também foi difícil enxergar o óbvio.

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